sábado, 1 de agosto de 2009
"DEUS LEVANTARÁ ALGUÉM..."
Quando Ashbel Green Simonton pôs seu pé em solo brasileiro não imaginava em quais caminhos Deus o guiaria para realizar o seu propósito. Com apenas 26 anos de idade, em meio a uma convicção de um chamado divino e dúvidas com relação a como executaria seu ministério, Simonton chega ao Brasil. Natural de West Hanover, Pensilvânia (EUA) em 1833. No dia 12 de Agosto de 1859 Simonton desce no porto do Rio de Janeiro disposto a propagar o Evangelho do Reino.
O seu primeiro e grande desafio era aprender o português. Para isso procurou ter conversar com as pessoas, adultos e crianças, até conseguir dominar a língua tanto escrita como falada. Os frutos que Deus ia acrescentado ao trabalho de Simonton podem ser vistos assim: no seu primeiro ano no Brasil estabelece uma Escola Dominical com filhos de amigos e vizinhos; em 1862 funda a primeira a Igreja recebendo duas pessoas por profissão de fé; em 1864 publica o jornal “Imprensa Evangélica” com grande aceitação por parte da população; em 1865 vê organizado o primeiro presbitério além de ordenar ao pastorado o ex-padre José Manoel da Conceição onde contribuiu e muito para o progresso do Evangelho o interior do país.
Mas nem tudo foi alegria na vida de Simonton. Em 1862 volta para os Estados Unidos a fim de prestar relatórios às Igrejas mas também para ver sua mãe que se encontrava enferma. Em março de 1863 casa-se com Helen Murdoch. Voltam ao Brasil. Nasce a filha deste casal com mesmo nome da mãe, Helen. Sem dúvida, um momento de alegria. Contudo, nove dias depois, sua esposa morre. Algum tempo depois a pequena Helen vai morar com uns tios missionários em São Paulo. Simonton, mesmo com muitas dores e dúvidas, continua seu ministério. Em seu diário, em 1866, abriu seu coração: “No retrospecto de minha própria vida durante o ano que agora se finda, sinto-me culpado. Aponto algumas obras realizadas da melhor maneira possível, mas em medida tenho eu progredido na direção do céu? Aí é que me sinto em falta. Não consigo ir além da prece do publicano ‘Tem misericórdia de mim, pecador’. Como suspiro por um coração inteiramente dominado por Cristo!”
No leito da morte, vítima da febre amarela, sua irmã perguntou se havia alguma palavra para a Igreja. Ele respondeu: “Deus levantará alguém para tomar o meu lugar. Ele usará os seus instrumentos para o Seus trabalho”. Dois dias depois morre Simonton. Era dezembro de 1867.
No próximo dia 12 de agosto a Igreja Presbiteriana do Brasil completará 150 anos de existência. Como Simonton mesmo disse: “Deus levantará alguém...” e, nós, como resposta a essa oração, somos aqueles que Deus tem levantado. Para realizar a obra do Evangelho do Reino não depende tanto de nossas convicções, às vezes é mais pelas nossas dúvidas. No clássico de C.S. Lewis, As Crônicas de Nárnia, lembro-me de uma frase que Aslan diz ao príncipe Caspian. Esse príncipe estava inseguro se podia tomar a responsabilidade do Reino, então Aslan responde: “É justamente por você não ter certeza de que está pronto que eu sei que está!”
Simonton em apenas oito de anos de ministério aqui no Brasil realizou uma obra que somos gratos até hoje. E isso ele realizou com um certeza cega, mas enlameado por dúvidas, medo e cercado por dores.
150 anos! Muita coisa já foi feita... mas muito ainda tem a se fazer! Deus levantou Simonton e muitos outros além dele. Agora Deus chama você para continuar essa obra!
E a Deus seja toda a glória!
Natanael F. de Moraes, rev.
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