Um coração apressado em
irar fica devagar demais para amar
1 Samuel 19. 8-11
Dizem
por aí que o amor e o ódio andam muito perto um do outro. Quando olhamos para
Saul esse pensamento parece ser verdadeiro. Já com um espírito perturbado, Saul
contrata Davi, ainda pastor de ovelhas, para que dedilhasse sua harpa para
acalmar o coração de Saul. A musicoterapia deu resultados. Davi permaneceu por
ali e era querido por todos, a começar do rei, também de seu filho Jônatas e
todos os demais.
Contudo, após o episódio com o
gigante Golias, e as vitórias conquistadas por Davi, que agora era um soldado
do rei, Saul que antes o amava, passa a odiá-lo com ódio mortal por causa da
inveja. Saul ficou apressado demais em se irar. A inveja tomou conta de seu
coração e este tinha pressa em se irar e estava indisposto demais para amar.
Quando damos espaço para a inveja, bem como para o ciúme ardido, para a cobiça,
entre outros, nosso coração se ira facilmente. Uma vez irados, nosso coração
fica com dificuldades para amar.
Além disso, quando a ira se instala
em nós, qualquer coisa que acontece nos faz ter reações iradas ou raivosas. Não
aceitamos situação de dificuldade (doenças, problemas familiares, dores,
dúvidas), quando erramos não aceitamos correção, nos tornamos insubmissos. Com
isso, ficamos prontos a aceitar a arrogância, a soberba e a ingratidão como
forma de vida. No texto, ainda encontramos que o coração irado tem atitudes
como:
a)
eliminar a quem ele pensa que lhe oferece riscos (v. 10 e 11) – Saul se propôs a eliminar Davi a
todo custo. Tamanho era o ódio motivado pela inveja que Saul gastou muito de
seu tempo para eliminar Davi. Por mais que Davi argumentasse que nunca foi sua
intenção agir com leviandade para com Saul, este estava surdo demais por causa
de sua ira.
Essa é uma realidade que ainda
podemos passar ou provocar. Existe isso no trabalho, na escola, até na própria
casa e também na Igreja.
b)
provocar o mal de forma covarde (v. 10 e 11; 18. 17-19) – enquanto Davi dedilhava sua harpa
para o próprio benefício de Saul, este intentou lhe encravar a lança. Não ainda
satisfeito, o procurou matar em sua própria casa e, dali em diante, uma busca
insana em matar Davi
deu-se início. Um coração se ira geralmente com alguém que está fazendo o seu
trabalho bem feito e com fidelidade, ex: os filhos de Jacó e José; Daniel e os
seus colegas de trabalho; Paulo. Normalmente alguém que faz o certo é
considerado alguém anormal, sofrendo muito preconceito e racismo, por exemplo:
um estudioso é chamado de “nerd”, “caxias”; um ótimo funcionário é chamado
de “puxa-saco”; alguém crente é
chamado de “fanático”; alguém que tenta
viver em humildade é chamado de “bobo”; alguém que procura não brigar é
chamado de “frouxo” ou “que não tem pulso
firme”. E, na maioria das vezes, todos estes sofrem ataques covardes, ações
traidoras ou mesquinhas.
Apressar-se para irar traz uma
dificuldade grande para amar. E, aí, não dá pra obedecer aos dois grandes
mandamentos: “Amarás, pois, o Senhor, teu
Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e
de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há
outro mandamento maior do que estes.” (Marcos 12. 30 e 31)
Natanael Flávio de Moraes,
rev.