09 de
Julho: dia do diácono
Diáconos
são homens de fé. Às vezes ficamos tomados pela falsa impressão de que o
serviço do diaconato se resume a abrir e fechar a igreja, providenciar água
para o pastor e distribuir cestas básicas. É isso, mas é mais, muito mais! Na
verdade a função do diácono é demasiadamente nobre. Nunca foi e nem pode ser
inferior a qualquer outro ofício na Igreja. Além disso, o diaconato também não
deve ser considerado como um “degrau” ou curso preparatório para o
presbiterato. São ofícios distintos, com funções distintas. Na Bíblia
encontramos diáconos que ficaram para sempre perpetuados pelo zelo que tiveram
ao trabalho do SENHOR, como Filipe, o evangelista e Estevão, que foi um mártir
no início da Igreja cristã.
O termo diácono origina-se do grego (diakonia) que significa “serviço”. Sendo
assim, o diácono é que aquele que presta serviço, que dá assistência aos que
necessitam de alguma ajuda. A exemplo do próprio mestre Jesus, que veio para
servir. Os diáconos são os que executam serviços de misericórdia. A própria Constituição da Igreja
Presbiteriana do Brasil claramente diz que “O
diácono é o oficial eleito pela igreja e ordenado pelo Conselho, para, sob a
supervisão deste, dedicar-se especialmente: à arrecadação de ofertas para fins
piedosos; ao cuidado dos pobres, doentes e inválidos; à manutenção da ordem e
reverência nos lugares reservados ao serviço divino; exercer a fiscalização
para que haja boa ordem na Casa de Deus e suas dependências.” (art. 53).
A instituição dos diáconos se deu em
Atos 6. 1 - 7. A Igreja Primitiva crescia abençoadamente. Desde então, já havia
a prática de auxiliar àqueles que mais necessitavam de ajuda como viúvas e os
mais pobres por exemplo. Um fato triste que começara a ocorrer é que as viúvas
dos helenistas (judeus de fala e cultura gregas) estavam sendo deixada de lado
na distribuição dos recursos. Isso trouxe um grande mal estar dentro da
comunidade cristã. Bem poderia ser uma justificativa para uma grande divisão na
igreja e, com isso, comprometer seu desenvolvimento. Os apóstolos não tinham
mais condições de ministrar a Palavra e atender a essas situações. Aí, então,
veio a proposta de escolherem “socorristas”, diáconos. Três princípios valiosos
esses homens deveriam possuir. Esses princípios também são lições que podemos reter
em nossos corações:
O primeiro princípio – homens de boa reputação. Os diáconos
deveriam já possuir uma boa reputação para exercerem esse ofício. Uma boa
reputação não se constrói com palavras vindas de si mesmo, mas com o modo de
vida diante de todas as pessoas. Alguém respeitável e que respeita a outros;
alguém prudente em suas ações e palavras; alguém que busca saldar seus
compromissos; alguém que cuida, ama e zela pela sua família.
O segundo princípio nos lembra da
dependência de Deus – homens cheios do
Espírito. A escolha dos primeiros diáconos, conforme Atos 6, se deu por
votação dos membros da Igreja Primitiva. Contudo, um fator que determinaria se
poderiam ou não ser eleitos, além da boa reputação, é que fossem homens cheios
do Espírito Santo. Ser cheio do Espírito significa ter uma vida de dependência
no Senhor. Ser alguém que se alimenta da Palavra. Alguém que compreende a
importância e a necessidade de orar sem cessar. É alguém que sabe dos riscos de
se perder em prazeres transitórios a, de fato, encher-se do Espírito (Efésios
5. 18).
O terceiro princípio – homens cheios de sabedoria. Ser sábio
não implica necessariamente possuir uma inteligência extraordinária. A
sabedoria se relaciona com a capacidade que o indivíduo tem de focar sua vida naquilo
que é justo, agradável e correto. É conseguir tomar decisões não baseada em
seus sentimentos ou influenciados por outros, mas pela sua capacidade de
coerência. A sabedoria advém da capacidade de contar os dias: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para
que alcancemos coração sábio.” (Salmo 90. 12). Isso significa que a
experiência de vida é um fator importante para se alcançar a sabedoria. Aliado
a isso, o espírito precisa estar envolto na direção do Senhor: “A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente,
pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons
frutos, imparcial, sem fingimento.” (Tiago 3. 17).
A designação de diáconos, em Atos, fez
com que a Igreja crescesse ainda mais. Isso prova que tanto a instituição dos diáconos
como o trabalho que eles desempenharam, além de ter sido uma sábia decisão,
também foi um importante fator de expansão do Reino.
Diáconos são homens de fé. Esses
servos de Deus precisam estar sempre evidenciando a fé em Jesus Cristo. Devem
desenvolver seus serviços com alegria e disposição em seus corações e feições.
A Igreja deve ter por eles máxima consideração, respeito, carinho além de
auxiliá-los em toda causa que empreenderem.
Aos diáconos da nossa igreja: parabéns
pelo seu dia! Que o Deus de misericórdia derrame abundantemente suas bênçãos
sobre suas vidas e suas famílias. Sejam sempre homens de fé. Cuidem de si
mesmos, encham-se do Espírito e sejam plenos de sabedoria.
Agradecemos a Deus pelas suas vidas.
Obrigado!
Rev. Natanael F. de Moraes