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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

NATAL... SEM JESUS?


                Chegamos a mais um dezembro! Já podemos ver várias casas e lojas enfeitadas, luzes e cores espalhadas por toda a cidade. Sem dúvida é o anúncio do Natal. Para muitos é o anúncio de mais um final de ano, isso quer dizer que é sinônimo de festas, férias, comemorações, diversão e momentos de alegria. Contudo, o motivo de toda essa festa ainda é (ou deveria ser) o Natal.
                É possível que nós esqueçamos, também, o verdadeiro sentido do Natal. O Natal nada mais é do que celebração do nascimento de Jesus, o nosso Salvador. Seria como comemorar o aniversário dele. Afinal, o nascimento de Jesus significa que a promessa de Deus em enviar o Messias se cumpriu. O nascimento de Jesus é a concretização da encarnação do Verbo. O nascimento de Jesus trouxe a possibilidade (como de fato aconteceu) de poder se entregar pelos pecadores e, assim, serem salvos.
                Agora, eu não sei se você já percebeu que o Natal tem perdido gradativamente essa essência de Cristo. Podemos ver árvores de Natal, enfeites, sinos, luzes e cores. Mas no centro de toda essa celebração está: Papai Noel. E ele aparece de várias formas e tipos: tradicional, esportista, radical, voando, nadando, correndo, dirigindo um trenó, conduzindo um conversível, pilotando helicóptero entre outras formas. Agora, se o Natal deveria ser a celebração do nascimento de Jesus, cadê as honras devidas a ele? Porque homenagear alguém como o tal Papai Noel se nem há certezas se, de fato, ele existiu como pessoa comum e por que ele agora tem que receber toda a honra e toda a glória? O Natal tem sido cada vez mais como uma festa de aniversário sem o aniversariante. Um Natal sem Jesus. E o que é pior, é que não tem se sentido a falta dele.
                O que na verdade o mundo tem intentando é fazer com que todos nós sejamos mais seculares e menos cristãos. É a tentativa é de nos fazer mais consumistas e materialistas, e menos solidários e cordiais.
                É interessante que na ocasião do nascimento de Jesus houve uma miríade de anjos celestiais louvando a Deus por sua bondade, porque a esperança de salvação se concretizaria. E muitos de nós sequer lembramos-nos de rogar a presença de Cristo em nosso dia a dia. Houve o aviso aos pastores que havia nascido o Salvador. E muitos hoje sequer se interessam pela urgência de anunciar a Cristo. Presentes e dedicação foram ofertados ao Salvador. Muitos, hoje, estão mais preocupados com o 13º salário e a dedicação de como consumi-lo.
                Precisamos celebrar o Natal, sim! Podemos enfeitar nossas casas. Não há problema algum e dar e receber presentes. A questão é que tudo isso deve lembrar e honrar a Cristo. Jesus, foi, é e continuará sendo a pessoa mais importante no Natal. Assim como é também no ano novo, na Páscoa, no dia de Ação de Graças, no seu e no meu aniversário, em todos os dias da nossa vida. O Natal é oportunidade de celebrarmos não só o nascimento de Jesus, mas a presença dele conosco todos os dias.
                Que o sentido do Natal de Jesus esteja presente, não só agora, mas todos os dias de nossas vidas. Que Jesus esteja sempre presente em todas as nossas celebrações. 

sábado, 30 de outubro de 2010

REFORMA PROTESTANTE, E EU COM ISSO?

         
           Não é necessário fazer uma pesquisa profunda em nossas igrejas para perceber que, infelizmente, a Reforma Protestante é um assunto quase totalmente desconhecido. É até compreensivo que saber dados e datas históricas não é tão simples assim. Contudo, o que devemos salientar é o porquê da Reforma Protestante.
            A Reforma Protestante surgiu, no início, com intuito de proporcionar uma “reforma” dentro da Igreja. Seria uma reforma bíblica, espiritual, moral, entre outros pontos. Devido a dureza do coração dos homens, isso não foi possível. Por essa causa os reformadores não tiveram escolha a não ser iniciar um movimento religioso com os fundamentos coerentes da Palavra de Deus. Era o retorno às Escrituras.  
            Você e eu precisamos olhar para os princípios da Reforma. Isso tem tudo a ver com aqueles que, sinceramente, desejam viver espiritualmente sadios. É preciso focar algumas marcas da Reforma:
            - Renovação espiritual: o protestante tem por característica ser renovado espiritualmente. Isso nada tem a ver com um evento dentro de cultos. Ser renovado espiritualmente é ter um coração centrado na vontade de Deus.É alguém que sabe a importância de uma vida de oração. É alguém que entende que sem a leitura da Palavra não há alimento que nutre sua alma.
            - Consciência missionária: Deus nos deu uma missão. Decorrente disso, sabemos que nada acontece por acaso. Tudo contribui para que realizemos essa missão. Há a missão da Igreja: adorar a Deus e chamar outros para, aceitando o Senhor Jesus, também façam parte dessa adoração. E há a missão de cada um nós: ser instrumento nas mãos dEle, para sua glória, edificação da Igreja e para o nosso contentamento em Jesus.
            - Visão elevada: o pensamento reformado sabe que o nosso foco não é aqui. Estamos aqui, mas não ficaremos aqui. A visão do protestante deve estar sempre em Cristo. Isso faz com tenhamos uma visão acima de qualquer outra realidade recordando-nos de que Jesus retornará para nos levar para a glória eterna.
            Muitas outras carcterísticas poderiam ser levantadas no exemplo dos reformadores como Lutero, Calvino, Nox, Zuínglio, entre outros. Não obstante, basta ter a noção de que ser herdeiro da Reforma Protestante nos faz responsáveis perante Deus e perante toda a sociedade em ser verdadeiramente sal da terra e luz do mundo. É saber que não podemos nos acomodar aos moldes do mundo em que vivemos, mas influenciar esse mundo com a Palavra santa do nosso Deus bendito.

rev. Natanael Flávio de Moraes

terça-feira, 26 de outubro de 2010

BLACKOUT


                Blackout é uma palavra inglesa que significa escurecimento temporário. É quando ocorre um corte de energia elétrica e todos ficamos literalmente no escuro. No bom português significa “apagão”. Em tempos de chuvas, especialmente com a presença de relâmpagos, isso ocorre com muita frequência.
                Agora, mais preocupante que o blackout de energia elétrica, é o blackout espiritual. É o apagão espiritual que pode às vezes ocorrer. É o momento de “corte” temporário no relacionamento com Deus. Pode até parecer inofensivo, mas não é bem assim. O apagão espiritual pode trazer grandes prejuízos. Vejamos alguns exemplos de pessoas que tiveram esse blackout espiritual:
                Caim – Caim e Abel estavam ofertando ao Senhor. Prestando um culto a Deus. Contudo, num momento de blackout espiritual Caim não fez uma oferta devida ao Senhor, ficou bravo com Deus, teve inveja de seu irmão até culminar no assassinato de Abel. A partir disso viveu como um fugitivo.
                Davi – O homem segundo o coração de Deus. Alguém realmente que amava a Deus. Alguém que compreendia a vontade do Senhor para a sua vida. No entanto, um dia em seu palácio, permitiu que ocorresse um apagão espiritual. Vê uma mulher, Bate-Seba, se banhando. Ele a deseja e a possui. Ela fica grávida. E Davi tenta de todas as formas dar um jeitinho nisso tudo. Até culminar na morte do legítimo marido, Urias. Davi, a partir de então, não teve mais paz em sua própria família.
                Ananias e Safira – um casal crente no Senhor Jesus. Venderam uma propriedade e resolveram entregar uma parte desse valor como oferta para a Igreja. Até aí não tinha problema nenhum. Mas eles tentaram passar uma mentira para o Espírito Santo e para a Igreja. Afirmaram que aquele valor era o valor total da venda e não somente uma parte. Um blackout que gerou a morte de Ananias e Safira.
                Demas – Não há muita informação sobre este discípulo de Jesus. Ele é mencionado no Novo Testamento e visivelmente era um auxiliador e companheiro dos apóstolos. Tristemente uma citação no final da 2ª carta de Paulo a Timóteo diz: “Demas, tendo amado o presente século” fez o seguinte: abandonou Paulo. Num momento de intensa luta e desafios que a Igreja já possuía naquele momento, Demas preferiu voltar amar o tempo terreno e não aguardar a esperança em Jesus.
                Um blackout espiritual ocorre com qualquer um. A graça do Senhor Jesus é que nos sustenta e nos dirige no Espírito Santo, além de nos conceder o perdão através da cruz. Mas é necessário vigiar e orar para que tais blackouts não se tornem uma cegueira espiritual completa, um viver nas trevas e não na luz. Que o Senhor nos guie sempre em sua luz. “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” (1 Pedro 2. 9)
               
Na luz de Cristo,

Natanael Flávio de Moraes, rev

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

“... QUANDO O VIRAM, O ADORARAM; MAS ALGUNS DUVIDARAM.”

Em nossa cultura há um pensamento corrente que sempre permeia a vida de muitas pessoas: “é preciso ver para crer”. Esse é um ditado popular criado a partir do exemplo de Tomé, aquele discípulo que falou que se ele não visse o Senhor Jesus e nem tocasse em suas feridas, de jeito nenhum acreditaria. Jesus apareceu, Tomé o viu e creu. Nem precisou tocá-lo.
Contudo, nem sempre isso acontece. No Evangelho de Mateus encontramos o relato de Jesus aparecendo aos seus discípulos na Galiléia. Imagine você, depois da morte e ressurreição de Jesus ele marca um encontro com os seus discípulos! Sem dúvida era um momento único. E no capítulo 28, no versículo 17, percebemos que, quando os discípulos o viram, imediatamente o adoraram. Afinal, era a comprovação da vitória de Jesus sobre a morte, realmente seu reino não terá fim. Porém, nesse mesmo versículo diz que alguns duvidaram. Nem todos, mesmo com o próprio Senhor Jesus diante deles, acreditaram.
Essa mesma realidade é encontrada nas igrejas também. Sempre vamos ser desafiados a crer que Deus está à frente das nossas vidas em toda e qualquer situação. Mas em muitos momentos a dúvida em relação a Sua presença vem rondar nossos corações. Ou ainda, muitos até tem a consciência que Deus está perto, mas chegam a duvidar se realmente ele pode fazer alguma coisa. É isso que estava acontecendo com alguns discípulos; eles foram para se encontrar com Jesus, o viram e, mesmo assim, duvidaram.
A dúvida é sempre um entrave na relação com Deus. Enquanto as dúvidas estiverem presentes em nosso coração, nunca deliciaremos completamente do cuidado e da provisão de Deus. Quem prefere ficar na dúvida com Deus vai sempre fugir pra caverna, beber águas rotas, levar fogo estranho, oferecer sacrifício que não lhe é devido, viver com medo. Por outro lado, quando alguém prefere crer em Deus e na força do seu poder, sabe que Deus está sempre ao seu lado, pode clamar que Ele ouvirá o seu clamor, sabe tomar decisões responsáveis, viverá sempre na perspectiva do Salmo 37. 5 e 6: “entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará. Fará sobressair o teu direito, como o sol ao meio-dia.”
Nem sempre vendo se crê. Como disse Jesus: “mais bem-aventurados os que não viram e creram”. Que possamos sempre crer nesse Deus grandioso. Que sejamos como aqueles que estando com Jesus imediatamente o adoraram... e não duvidaram.

Natanael Flávio de Moraes, rev.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

GRAÇA E PRECONCEITO: DOIS CORPOS QUE NÃO OCUPAM O MESMO LUGAR NO ESPAÇO

GRAÇA E PRECONCEITO:
DOIS CORPOS QUE NÃO OCUPAM O MESMO LUGAR NO ESPAÇO

Uma lei da Física do grande cientista Isaac Newton diz: “Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço.” Apesar da formalidade na apresentação desta lei, o seu sentido lógico é simples: não há possibilidade de dois ou mais seres ou objetos estarem, ao mesmo tempo, ocupando o mesmo lugar. Ou se está ao lado, ou adiante, ou após ou muito próximo; mas nunca no mesmíssimo lugar.
Bem, se trouxermos o ponto focal dessa lei de Newton para a realidade da vida com Deus, perceberemos que há semelhanças em tal afirmação. Por exemplo, na vida com Deus não há luz e trevas ao mesmo tempo. Assim como amor e ódio. Gratidão e ingratidão. Santidade e pecaminosidade. Iniquidade associada com ajuntamento solene. Ou se está de um lado ou de outro. Ou serve a Deus ou serve às riquezas. Assim também é com relação à graça e ao preconceito.
Quem vive na graça de Jesus não é preconceituoso. Quem é preconceituoso não é da graça ou, pelo menos não está apresentando o efeito da graça salvadora e transformadora em sua vida.
Quando alguém é alcançado pela graça de Deus esse alguém é salvo e transformado. Isso quer dizer que ele vai sendo construído a cada dia pelo mover de Deus. Ele percebe que sua vida toda serve para mostrar para Deus, e para todo mundo, sua gratidão por esse amor eterno. Sendo assim, a pessoa inundada pela graça de Jesus não despreza criança, idoso, mulher, pobre, rico, analfabeto, acadêmico, limitado, super dotado, expansivo, retraído, tímido, extrovertido, doentes, sadios, crentes ou não. Quem é alcançado pelo amor de Deus tem condição de amar indistintamente.
Quem é preconceituoso se diz que é melhor que os outros. Diz que ama, mas depende se tem algo a ganhar. Diz respeitar, mas depende se é respeitado. Diz ser humilde, mas exige que todos o sirvam. Vê diferença de cor, de sexo, de idade, de condição social, de condição financeira, de condição de estudo. Escolhe de quem vai gostar. Perdoa só se valer a pena. Não acha que precisa ser perdoado porque pensa que nunca erra.
Ou estamos de lá ou estamos de cá. Ou somos da graça ou somos do preconceito. Ou agimos com graça ou agimos com preconceito. Ou verdadeiramente fomos transformados por Deus, ou fingimos estar transformados pela enganosa sensação de achar que os outros valem menos.
Que você e eu sejamos verdadeiramente gerados pela graça de Deus. Não nos deixemos levar pelas afirmativas preconceituosas e discriminatórias que a sociedade estabelece. Vivamos na graça de Jesus. Ele amou. Perdoou. Andou junto. Alegrou. Entristeceu-se. Chorou. Curou. Ensinou. Alertou. Entregou-se. Tudo de graça. Tudo por graça. Tudo na Sua própria graça. E que assim, também, você e eu: Perdoemos. Andemos juntos. Alegremos aos outros. Choremos juntos. Curemos. Ensinemos. Alertemos. Humilhemo-nos. Entreguemo-nos. Amemos. Sirvamos a Deus servindo aos outros. Isso é graça!
A graça e o preconceito não andam juntos. Mas quem na graça está, com Deus está andando. Faça a sua escolha.

Na graça:
Natanael Flávio de Moraes, rev

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

AMANHÃ?





            Imagine que alguém queira lhe oferecer um presente ou um prêmio. É algo que você deseja muito. Então, essa pessoa faz a seguinte pergunta: “Quando você quer receber esse presente?”- creio que sua resposta seria: “Agora!”
            No entanto, há uma história na Bíblia que nos mostra algo irônico. Quando o povo de Deus estava se preparando para sair do Egito,  houve resistência e endurecimento de coração por parte de Faraó. Deus, então estabelece uma série de pragas tanto para demonstrar o Seu poder como para derrotar o Egito com os seus deuses. Na segunda praga, a das rãs (Êxodo 8. 1-15), depois de tanta perturbação, Faraó chama Moisés e Arão para que estes roguem a Deus a fim de retirar todas aquelas rãs. Moisés faz uma pergunta para Faraó. Uma pergunta de oportunidade: “... quando é que hei de rogar por ti, pelos teus oficiais e pelo teu povo, para que as rãs sejam retiradas de ti e das tuas casas e fiquem somente no rio. (?) ” Moisés dá a oportunidade de Faraó dizer quando ele queria se livrar daquela praga. A resposta de Faraó foi pronta e decidida: “Amanhã” (Êxodo 8. 10).
            Por incrível que pareça Faraó respondeu: amanhã. Se sua casa estivesse repleta de rãs. Rãs por toda parte onde quer que você fosse... e alguém lhe diz que pode dar um jeito nisso, a sua resposta seria “amanhã”? Faraó até poderia ser um rei famoso, mas não demonstra nem um pouco de sabedoria.
            Essa resposta de Faraó revela a atitude de muitas pessoas. Pessoas que sabem onde está a resposta para seus problemas. Pessoas que até entendem que Deus é o proporcionador de soluções e felicidades para a vida, mas sempre deixam para amanhã. Adiar uma vida perto de Deus para amanhã não é sábio.
            Em todo o tempo Deus nos dá oportunidades. “Buscai o SENHOR enquanto se pode achar...”; “hoje é o dia aceitável”; “Santificai-vos hoje, pois amanhã o SENHOR fará maravilhas.” Quem atende a exortação de Deus e aproveita as suas oportunidades, hoje, usufrui de uma vida mais abençoada a cada dia. O nosso Deus é quem te oferece salvação e bênçãos, graça e presença, vitória e consolo para você hoje. Não adie para amanhã as maravilhas que Deus pode te dar hoje.
            Amanhã deve ser dia que você desfrutará da confiança em Jesus que você coloca n’Ele hoje!


Em Cristo, hoje e sempre.

Natanael Flávio de Moraes, rev.

sábado, 1 de agosto de 2009

"DEUS LEVANTARÁ ALGUÉM..."


Quando Ashbel Green Simonton pôs seu pé em solo brasileiro não imaginava em quais caminhos Deus o guiaria para realizar o seu propósito. Com apenas 26 anos de idade, em meio a uma convicção de um chamado divino e dúvidas com relação a como executaria seu ministério, Simonton chega ao Brasil. Natural de West Hanover, Pensilvânia (EUA) em 1833. No dia 12 de Agosto de 1859 Simonton desce no porto do Rio de Janeiro disposto a propagar o Evangelho do Reino.
O seu primeiro e grande desafio era aprender o português. Para isso procurou ter conversar com as pessoas, adultos e crianças, até conseguir dominar a língua tanto escrita como falada. Os frutos que Deus ia acrescentado ao trabalho de Simonton podem ser vistos assim: no seu primeiro ano no Brasil estabelece uma Escola Dominical com filhos de amigos e vizinhos; em 1862 funda a primeira a Igreja recebendo duas pessoas por profissão de fé; em 1864 publica o jornal “Imprensa Evangélica” com grande aceitação por parte da população; em 1865 vê organizado o primeiro presbitério além de ordenar ao pastorado o ex-padre José Manoel da Conceição onde contribuiu e muito para o progresso do Evangelho o interior do país.
Mas nem tudo foi alegria na vida de Simonton. Em 1862 volta para os Estados Unidos a fim de prestar relatórios às Igrejas mas também para ver sua mãe que se encontrava enferma. Em março de 1863 casa-se com Helen Murdoch. Voltam ao Brasil. Nasce a filha deste casal com mesmo nome da mãe, Helen. Sem dúvida, um momento de alegria. Contudo, nove dias depois, sua esposa morre. Algum tempo depois a pequena Helen vai morar com uns tios missionários em São Paulo. Simonton, mesmo com muitas dores e dúvidas, continua seu ministério. Em seu diário, em 1866, abriu seu coração: “No retrospecto de minha própria vida durante o ano que agora se finda, sinto-me culpado. Aponto algumas obras realizadas da melhor maneira possível, mas em medida tenho eu progredido na direção do céu? Aí é que me sinto em falta. Não consigo ir além da prece do publicano ‘Tem misericórdia de mim, pecador’. Como suspiro por um coração inteiramente dominado por Cristo!”
No leito da morte, vítima da febre amarela, sua irmã perguntou se havia alguma palavra para a Igreja. Ele respondeu: “Deus levantará alguém para tomar o meu lugar. Ele usará os seus instrumentos para o Seus trabalho”. Dois dias depois morre Simonton. Era dezembro de 1867.
No próximo dia 12 de agosto a Igreja Presbiteriana do Brasil completará 150 anos de existência. Como Simonton mesmo disse: “Deus levantará alguém...” e, nós, como resposta a essa oração, somos aqueles que Deus tem levantado. Para realizar a obra do Evangelho do Reino não depende tanto de nossas convicções, às vezes é mais pelas nossas dúvidas. No clássico de C.S. Lewis, As Crônicas de Nárnia, lembro-me de uma frase que Aslan diz ao príncipe Caspian. Esse príncipe estava inseguro se podia tomar a responsabilidade do Reino, então Aslan responde: “É justamente por você não ter certeza de que está pronto que eu sei que está!”
Simonton em apenas oito de anos de ministério aqui no Brasil realizou uma obra que somos gratos até hoje. E isso ele realizou com um certeza cega, mas enlameado por dúvidas, medo e cercado por dores.
150 anos! Muita coisa já foi feita... mas muito ainda tem a se fazer! Deus levantou Simonton e muitos outros além dele. Agora Deus chama você para continuar essa obra!
E a Deus seja toda a glória!
Natanael F. de Moraes, rev.