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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

DEBAIXO DA TENDA DE DEUS


                A casa é um lugar de segurança. Qualquer pessoa sabe que a sua casa é o local onde ela se sente segura e a vontade. Afinal, é em casa que você é quem realmente você é. Mesmo sua casa sendo grande ou pequena, bem ou mal localizada, de madeira, de alvenaria ou de papelão, é a sua casa e ali você se sente bem e protegido.
                Quando o povo de Deus peregrinava pelo deserto, eles não tinham casa fixas. Eles moravam em tendas, podemos dizer que eram casas móveis, mas eram as casas deles. No entanto, o que realmente dava segurança a eles, assim como também a nós, era e é o próprio Deus. E, de fato, os israelitas precisavam muito dessa proteção. Eram muitos os inimigos que intentavam contra a vida deles. No livro de Números encontramos a história de Balaque contratando Balaão para amaldiçoar os israelitas. Nessa história podemos vislumbrar preciosas lições quando nos escondemos debaixo da tenda de Deus.
                Estando debaixo da tenda de Deus temos a possibilidade de ver a decisão de deus em abençoar. É como diz o versículo 20 de Números 23: “Eis que para abençoar recebi ordem; ele abençoou, não o posso revogar.”  Ou seja, o desejo de Deus é sempre o bem e não o mal. Por mais que intentem o mal quem está em Deus tem a benção de Deus e  por é guardado a todo o momento, as dificuldades servem para ensino e amadurecimento.
                Quem  está protegido debaixo do Senhor ainda pode contempla a sua presença. Isso tem a ver com uma vida de culto com alegria e ao mesmo tempo sem condenações: “Não viu iniqüidade em Jacó, nem contemplou desventura em Israel; o SENHOR, seu Deus, está com ele, no meio dele se ouvem aclamações ao seu Rei.” (v. 21). A realidade é que em Jesus não somos mais condenados por nossos pecados, Ele pagou toda a nossa dívida e assim podemos ainda mais perceber e contemplar a presença de Deus.
                Desta forma, quem está debaixo da tenda de Deus usufrui de liberdade. “Deus os tirou do Egito; as forças deles são como as do boi selvagem.” (v. 22). Deus faz uma reversão de circunstâncias. Tirou-nos do lamaçal para a rocha. Transportou-nos das trevas para luz. Não somos mais escravos do pecado mas livres em Cristo.
                E,  por fim, debaixo da tenda de Deus é saber que não vale encantamentos. “Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; agora, se poderá dizer de Jacó e de Israel: Que coisas tem feito Deus!” (v. 23). Estar com Deus significa estar livre de toda superstição, além de ter a certeza de que nenhuma força pode atuar contra os filhos de Deus. O Senhor garante proteção total. Assim nos cabe ficar abertos para as grandes surpresas de Deus.
                Nesse período que se aproxima do Carnaval, corra das tendas da perdição e vá até a tenda de Deus. É só ali que existe alegria de verdadeira, vitória certa, a condição de enxergar perdas como caminho de melhores oportunidades. Vivamos em Jesus! Ele é a verdadeira e a única tenda de Deus.

                                                                                                              rev. Natanael Flávio de Moraes

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

SEM A GRAÇA A VIDA É TOTALMENTE SEM GRAÇA!



                Você já ouviu falar nos doutores da alegria? É um grupo de pessoas, geralmente ligadas a área de saúde, que realiza um trabalho simples, importante e necessário: visitar doentes em hospitais. Nessas visitas, o importante é mostrar alegria, por isso canta-se, conta-se piadas e faz palhaçadas. É ter um ambiente de graça em um local que se faz lembrar de dor e sofrimento.
             Penso que foi isso que Deus fez conosco. A graça de Deus se manifestou a nós trazendo alegria e razão de vida em um mundo que só conseguiríamos ter infelicidades, frustrações e pessimismos quanto ao futuro. Quando essa graça é manifestada em alguém fica como se o ambiente passasse do preto e branco para o colorido. É como Paulo disse aos efésios: Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2. 1-10). Sem a graça, a vida é totalmente sem graça!
            Olhando para os versículos 2 e 3 de Efésios capítulo 2, se não fosse a manifestação da graça a única coisa que conseguiríamos era ir atrás de problemas: andar conforme o mundo orientado pela inclinação da carne, pela espírito da potestade do ar. Deste modo seríamos reconhecidos como filhos da desobediência e filhos da ira.
            Além disso, somente pela graça descobrimos o que é amor de verdade. É o que se vê nos versículos 4 a 7: descobrir o grande amor de Deus. Estávamos mortos e Ele nos deu vida entregando Jesus por nós. Mesmo estando nós cheio de dívidas, o Senhor nos fez livres pagando nossa conta. E, como se não bastasse, tínhamos nada e Ele nos compartilha de sua riqueza.
            Sem a graça não haveria como descobrir que somos aceitos por Deus não por aquilo que fizemos ou deixamos de fazer. Somos aceitos por aquilo que Jesus fez por nós. É isso que vemos nos versículos 8 a 10. Com isso Deus nos deu de presente a fé. De agora em diante podemos crer nEle e esperar pelas grandes obras do Senhor. Ao mesmo tempo podemos realizar as boas obras: obras para ser agradável e não para garantir um maior privilégio.
            Na graça de Deus podemos descansar certos da nossa salvação em Jesus. Na graça de Deus estamos certos de que nossas atitudes são como expressão de gratidão a Deus. Na graça de Deus temos a oportunidade de também agraciarmos. Provocar um sorriso em alguém que sofre, trazer alegria àqueles que sentem tristeza. Consolar, fortalecer, animar, andar junto. Isso também é graça.

Rev. Natanael Flávio de Moraes

sábado, 31 de dezembro de 2011

AS COISAS DE SEMPRE?


         É ano novo. Sem dúvida algo que sempre marca a entrada de um ano são as promessas e compromissos assumidos: “esse ano eu emagreço”, “agora eu vou fazer aquela viagem”, “ano novo cara nova”, “dessa vez eu leio a Bíblia”. Há ainda aqueles votos que não dependem da nossa contribuição pessoal para que se realizem: “e o meu time será campeão”, “quero começar e terminar esse ano sem nenhum problema”. Na verdade, com uma ou outra variação, mas são as coisas de sempre. Sempre os mesmos votos, os mesmos compromissos, as mesmas promessas, as mesmas tentativas.
            O início de um novo ano nos enche de entusiasmo e dá a impressão de que temos nova chance. É como se fosse um “restart”. Isso não é de tudo ruim. Afinal o próprio Deus sempre nos concedeu novas oportunidades: Adão e Eva, depois do pecado, ouviram que o Descendente nasceria para esmagar a cabeça da serpente. O povo de Deus teve uma nova chance de recomeçar sua história depois do cativeiro babilônico. Pedro pode ouvir do Senhor Jesus: “apascenta meus cordeiros” mesmo depois das três negações antes que envolvia a prisão do Mestre. Pedro teve uma nova oportunidade.
            A questão é que temos consciência que precisa ser feito, mudado ou retomado. Mas nem sempre agimos de acordo com o compromisso feito. É como falar pela onda do momento, por que é bonito, mais nada além disso. Os judeus haviam assumido o compromisso de atender as demandas do templo com relação a manutenção do sacerdócio e sustento dos levitas (Neemias 10. 32-39). O que se vê um pouco depois são os levitas e sacerdotes tendo que fugir de Jerusalém por não terem nem ao menos comida.
            Não conseguindo cumprir as coisas de sempre, seria interessante ver o que realmente e necessariamente precisamos fazer. Ter a consciência de que já é hora de perdoar ou pedir perdão para aquele “ex-amigo”, fazer uma visita para um idoso que já não recebe atenção nem de sua família, brincar com os filhos sem pensar nas horas, levar a esposa para um passeio agradável, viajar com o marido em lugar novo, participar dos cultos sem obrigatoriedade de criticar se está tudo certo ou tudo errado, estudar não somente para garantir reconhecimento e futuro mas também pelo prazer do conhecimento, ser um discípulo de Cristo não por obrigação mas por satisfação, ler a Bíblia não por constrangimento mas porque também é uma gostosa aventura.
Sim, podemos fazer de 2012 um ano melhor sem sacrifício, começando pelos pequenos gestos. Bênçãos maiores virão!


Feliz ano novo!

Rev. Natanael Flávio de Moraes 

domingo, 25 de dezembro de 2011

MAIS UM DIA DE NATAL... E ISSO É MUITO BOM!


Hoje é mais um dia de Natal! Os enfeites, as festas, os presentes, a família reunida são indícios que é uma data especial e alegre. Afinal, estamos lembrando que Jesus nasceu, por que não ficaríamos alegres?
Muitos dizem que o Natal não pode ser celebrado por diversas razões: data imprópria, interesse em ganhos e lucros, exploração de imagens não condizente com o natal de fato, tradição secular ou tradição religiosa sem reflexão, entre outras explicações.
De fato, algums desses argumentos podem ter suas fundamentações, mas creio que não o suficiente para suspendermos a comemoração do Natal. Olhando para data em si, provavelmente o nascimento de Jesus teria acontecido entre Março a Junho, período da primavera e verão por lá, por isso era possível os pastores levarem suas ovelhas para os campos à noite. Concordo, também, que o Natal para muitos deixou de ser uma comemoração para ser uma fonte venda e compra. Imagens tais como Papai Noel, duendes, Mamãe Noel, Pólo Norte, trenó nada tem a ver com o nascimento do Messias.
Por outro, fico pensando, se seria prudente começar um movimento para anularmos essa data. Porventura, não correríamos o risco de suspender o motivo também? Creio que mesmo não sendo a data melhor, mesmo o Natal tendo tanto aparatos que não lhe são próprios, não é mais prudente continuarmos comemorando o Natal? Afinal estamos lembrando que Jesus, o Messias, O Salvador nasceu. E é por esse motivo que ficamos alegres. É a certeza de a Palavra se cumpriu: Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;” (Isaías 9.6).
Na verdade, podemos celebrar o nascimento de Jesus todos os dias. Jesus nasceu para morrer e ressuscitar e, assim, nós pudéssemos viver. Por isso, somos alegres. É bom guardarmos e celebrarmos essa data sim. É uma forma de lembrarmos ao mundo quem é o Senhor da história, quem é o Rei dos reis: Jesus, o motivo do Natal!
Feliz Natal!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Parabéns pastores









" E, quando o Grande Pastor aparecer, vocês receberão a coroa gloriosa, que nunca perde o seu brilho."


1 Pedro 5. 4


Feliz dia do Pastor!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

NÃO TENHA PRESSA EM SE IRAR!


Um coração apressado em irar fica devagar demais para amar
1 Samuel 19. 8-11
           
            Dizem por aí que o amor e o ódio andam muito perto um do outro. Quando olhamos para Saul esse pensamento parece ser verdadeiro. Já com um espírito perturbado, Saul contrata Davi, ainda pastor de ovelhas, para que dedilhasse sua harpa para acalmar o coração de Saul. A musicoterapia deu resultados. Davi permaneceu por ali e era querido por todos, a começar do rei, também de seu filho Jônatas e todos os demais.
            Contudo, após o episódio com o gigante Golias, e as vitórias conquistadas por Davi, que agora era um soldado do rei, Saul que antes o amava, passa a odiá-lo com ódio mortal por causa da inveja. Saul ficou apressado demais em se irar. A inveja tomou conta de seu coração e este tinha pressa em se irar e estava indisposto demais para amar. Quando damos espaço para a inveja, bem como para o ciúme ardido, para a cobiça, entre outros, nosso coração se ira facilmente. Uma vez irados, nosso coração fica com dificuldades para amar.
            Além disso, quando a ira se instala em nós, qualquer coisa que acontece nos faz ter reações iradas ou raivosas. Não aceitamos situação de dificuldade (doenças, problemas familiares, dores, dúvidas), quando erramos não aceitamos correção, nos tornamos insubmissos. Com isso, ficamos prontos a aceitar a arrogância, a soberba e a ingratidão como forma de vida. No texto, ainda encontramos que o coração irado tem atitudes como:

a) eliminar a quem ele pensa que lhe oferece riscos (v. 10 e 11) – Saul se propôs a eliminar Davi a todo custo. Tamanho era o ódio motivado pela inveja que Saul gastou muito de seu tempo para eliminar Davi. Por mais que Davi argumentasse que nunca foi sua intenção agir com leviandade para com Saul, este estava surdo demais por causa de sua ira.
            Essa é uma realidade que ainda podemos passar ou provocar. Existe isso no trabalho, na escola, até na própria casa e também na Igreja.

b) provocar o mal de forma covarde (v. 10 e 11; 18. 17-19) – enquanto Davi dedilhava sua harpa para o próprio benefício de Saul, este intentou lhe encravar a lança. Não ainda satisfeito, o procurou matar em sua própria casa e, dali em diante, uma busca insana em matar Davi deu-se início. Um coração se ira geralmente com alguém que está fazendo o seu trabalho bem feito e com fidelidade, ex: os filhos de Jacó e José; Daniel e os seus colegas de trabalho; Paulo. Normalmente alguém que faz o certo é considerado alguém anormal, sofrendo muito preconceito e racismo, por exemplo: um estudioso é chamado de “nerd”, “caxias”; um ótimo funcionário é chamado de “puxa-saco”; alguém crente é chamado de “fanático”; alguém que tenta viver em humildade é chamado de “bobo”; alguém que procura não brigar é chamado de “frouxo” ou “que não tem pulso firme”. E, na maioria das vezes, todos estes sofrem ataques covardes, ações traidoras ou mesquinhas.

            Apressar-se para irar traz uma dificuldade grande para amar. E, aí, não dá pra obedecer aos dois grandes mandamentos: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” (Marcos 12. 30 e 31)


Natanael Flávio de Moraes, rev.

quinta-feira, 17 de março de 2011

“QUEM OLHA PRA NUVENS NUNCA COLHERÁ”

Este é um verso de uma música do Grupo Logos que faz parte da seguinte estrofe:

“Mas, quem observa o vento não plantará!
Quem olha pras nuvens nunca colherá!
E semear parece em vão,
E vem do coração a voz: Deixa pra lá!“
(Semente e Fruto – comp. Paulo César/ Gr. Logos)

                A verdade é esta: quem quiser colher alguma coisa precisa plantar, lançar a semente. Se ficarmos somente olhando as nuvens (se são ou não de chuvas, se vão ou não interferir no plantio) nunca se plantará e, assim, nunca se colherá.
A realidade da pregação do Evangelho na Bíblia muitas vezes foi comparada com a situação de plantio e colheita, de lançar a semente para que haja fruto. Essa comparação não se dá tão somente pela proximidade e experiência de vida que os primeiros ouvintes possuíam, mas também por causa da dinâmica do plantio. Lançamos sementes porque queremos seus frutos, mas quando essas sementes estão na terra é necessário um exercício de paciência e esperança para que seus frutos surjam. A nossa relação com o Evangelho é semelhante: a mim cabe  me preparar, ser um instrumento nas mãos de Deus, testemunhar, se dispor e ir pregar o Evangelho: no trabalho, na escola ou faculdade, na vizinhança, em casa e seja lá onde estivermos. Mas a conversão vai depender da obra do Espírito nesses corações.
                Agora, não é só porque  os frutos podem parecer demorados que devamos desistir do cultivo. Eles virão no tempo certo. Às vezes demoram mais, às vezes demoram menos, mas os frutos chegam. Entretanto não se pode simplesmente deixar pra lá. Não podemos desistir de anunciar as boas novas de Jesus só porque parece que não há interesse de que ouve. Lembremos que no Senhor o nosso trabalhão jamais é vão. Só olhar pra nuvens (dificuldades, sonhos ou frustrações) não faz com que a semente seja lançada e não haverá colheita.
                Afinal, se estamos anunciando a Palavra de Deus, isso quer dizer que estamos com a santa semente que nunca volta vazia: “Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.” (Isaías 55. 11)
                Reflita na composição e perceba que quem opera o germinar é Deus. E é por isso que o Reino d’Ele cresce sadio e forte:

“Talvez muito difícil esteja meu irmão...
Nesse teu trabalho é duro o chão
E semear parece em vão, parece em vão.
Mas, quem observa o vento não plantará!
Quem olha pras nuvens nunca colherá!
E semear parece em vão,
E vem do coração a voz: Deixa pra lá!
Mas não te esqueças que o vento soprou (...sopra e soprará)
Pra onde Deus quiser que vá!
É ele, e não eu, que opera o germinar;
Que faz crescer a planta e o fruto dar.”

                Então, vamos juntos lançar a semente?

Natanael Flávio de Moraes, rev.