Penso que todo líder de igreja que sabe da importância
de se fazer missões passa por um contínuo desafio: conscientizar sua igreja de
aderir à causa missionária. Sempre quando se fala nesse assunto percebe-se um
desconforto de alguns, um menosprezo ou até mesmo desprezo de outros, uma ridicularização
de uma parte e algum interesse de poucos. E ainda, a maioria acha que então é
tempo de fazer uma campanha de alguns trocados e umas oraçõezinhas durante os
trabalhos da igreja.
Existem dois conceitos em
missiologia que nos ajuda entender qual deve ser o nosso envolvimento em
missões: Missão integral e Missio Dei.
Suas definições podem ser encontradas de forma abrangente em várias literaturas
do assunto. Mas gostaria de forma simples mostrar a importância deles.
Missão integral – é a proposta de
que todos os discípulos e discípulas de Jesus já estão incumbidos de uma
missão. Dessa forma, o missionário ou missionária não é somente aquele que vai
pra um determinado campo missionário, mas o campo missionário é onde estiver.
Então, se você é um frentista, pedreiro, professor ou professora, arquiteto,
dona de casa, aposentado, pensionista, médico, dentista, lavrador, fazendeiro,
atendente de loja ou qualquer outra ocupação que exercer, você já possui um vasto campo missionário: o local de
trabalho. Ainda como esposa, marido, pais ou filhos: sua casa é a sua missão.
Missio
Dei – missão de Deus. Este termo já se refere ao entendimento a respeito da
missão de Deus, ou seja, o cumprimento de seus propósitos. Deus não é alguém
que criou todas as coisas e abandonou sua criação. Também não fica somente
assistindo os seres humanos como mero expectador e, vez ou outra, dá uma
ajudinha para eles. Os decretos de Deus são eternos. Isso mostra que Deus tem a
sua missão. Nós somos súditos do Rei devemos ter a missão de Deus como a nossa
missão. Assim entendemos que nossas atitudes devem contribuir para a expansão e
sempre em prol do Reino de Deus. Somos agentes do Reino, fiel ao Rei. A missão
de Deus é o estabelecimento do seu reino.
Não entender e não se envolver com
esses pontos revela exatamente a condição de muitos crentes: o interesse
particular de cada um em suas próprias coisas e dão pouca importância àquilo
que é do Reino. Por isso quando uma campanha de oração ou arrecadação de
ofertas, não somente para missões, mas para qualquer outro departamento da
Igreja, nota-se uma “preguiça” em participar dessas ações. É porque não há
nessas pessoas uma consciência de que são cidadãos e agentes do Reino de Deus.
Por outro lado, quem já tem essa mentalidade
de que já é um missionário na integridade de sua vida e de que a missão de Deus
é a sua missão, é uma pessoa mais dinâmica, feliz, realizada e com um senso de
satisfação de que contribui para uma grande obra. Sabe que não precisa deixar
nada. Basta fazer de sua profissão, de sua casa, de seu núcleo social, de sua
própria existência a plataforma para cumprimento dos propósitos e glorificação
do Senhor Jesus.
Pense nisso. Peça ao Senhor para que
forje seu coração e sua mente para entender que você é alguém que já faz parte
do Reino do Senhor. E seja alguém como agente do Reino.
Rev. Natanael Flávio de Moraes