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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Diáconos, homens de fé



09 de Julho: dia do diácono

         Diáconos são homens de fé. Às vezes ficamos tomados pela falsa impressão de que o serviço do diaconato se resume a abrir e fechar a igreja, providenciar água para o pastor e distribuir cestas básicas. É isso, mas é mais, muito mais! Na verdade a função do diácono é demasiadamente nobre. Nunca foi e nem pode ser inferior a qualquer outro ofício na Igreja. Além disso, o diaconato também não deve ser considerado como um “degrau” ou curso preparatório para o presbiterato. São ofícios distintos, com funções distintas. Na Bíblia encontramos diáconos que ficaram para sempre perpetuados pelo zelo que tiveram ao trabalho do SENHOR, como Filipe, o evangelista e Estevão, que foi um mártir no início da Igreja cristã.
          O termo diácono origina-se do grego (diakonia) que significa “serviço”. Sendo assim, o diácono é que aquele que presta serviço, que dá assistência aos que necessitam de alguma ajuda. A exemplo do próprio mestre Jesus, que veio para servir. Os diáconos são os que executam serviços de misericórdia.  A própria Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil claramente diz que “O diácono é o oficial eleito pela igreja e ordenado pelo Conselho, para, sob a supervisão deste, dedicar-se especialmente: à arrecadação de ofertas para fins piedosos; ao cuidado dos pobres, doentes e inválidos; à manutenção da ordem e reverência nos lugares reservados ao serviço divino; exercer a fiscalização para que haja boa ordem na Casa de Deus e suas dependências.” (art. 53).
          A instituição dos diáconos se deu em Atos 6. 1 - 7. A Igreja Primitiva crescia abençoadamente. Desde então, já havia a prática de auxiliar àqueles que mais necessitavam de ajuda como viúvas e os mais pobres por exemplo. Um fato triste que começara a ocorrer é que as viúvas dos helenistas (judeus de fala e cultura gregas) estavam sendo deixada de lado na distribuição dos recursos. Isso trouxe um grande mal estar dentro da comunidade cristã. Bem poderia ser uma justificativa para uma grande divisão na igreja e, com isso, comprometer seu desenvolvimento. Os apóstolos não tinham mais condições de ministrar a Palavra e atender a essas situações. Aí, então, veio a proposta de escolherem “socorristas”, diáconos. Três princípios valiosos esses homens deveriam possuir. Esses princípios também são lições que podemos reter em nossos corações:
          O primeiro princípio – homens de boa reputação. Os diáconos deveriam já possuir uma boa reputação para exercerem esse ofício. Uma boa reputação não se constrói com palavras vindas de si mesmo, mas com o modo de vida diante de todas as pessoas. Alguém respeitável e que respeita a outros; alguém prudente em suas ações e palavras; alguém que busca saldar seus compromissos; alguém que cuida, ama e zela pela sua família.
          O segundo princípio nos lembra da dependência de Deus – homens cheios do Espírito. A escolha dos primeiros diáconos, conforme Atos 6, se deu por votação dos membros da Igreja Primitiva. Contudo, um fator que determinaria se poderiam ou não ser eleitos, além da boa reputação, é que fossem homens cheios do Espírito Santo. Ser cheio do Espírito significa ter uma vida de dependência no Senhor. Ser alguém que se alimenta da Palavra. Alguém que compreende a importância e a necessidade de orar sem cessar. É alguém que sabe dos riscos de se perder em prazeres transitórios a, de fato, encher-se do Espírito (Efésios 5. 18).
          O terceiro princípio – homens cheios de sabedoria. Ser sábio não implica necessariamente possuir uma inteligência extraordinária. A sabedoria se relaciona com a capacidade que o indivíduo tem de focar sua vida naquilo que é justo, agradável e correto. É conseguir tomar decisões não baseada em seus sentimentos ou influenciados por outros, mas pela sua capacidade de coerência. A sabedoria advém da capacidade de contar os dias: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.” (Salmo 90. 12). Isso significa que a experiência de vida é um fator importante para se alcançar a sabedoria. Aliado a isso, o espírito precisa estar envolto na direção do Senhor: “A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento.” (Tiago 3. 17).
          A designação de diáconos, em Atos, fez com que a Igreja crescesse ainda mais. Isso prova que tanto a instituição dos diáconos como o trabalho que eles desempenharam, além de ter sido uma sábia decisão, também foi um importante fator de expansão do Reino.
          Diáconos são homens de fé. Esses servos de Deus precisam estar sempre evidenciando a fé em Jesus Cristo. Devem desenvolver seus serviços com alegria e disposição em seus corações e feições. A Igreja deve ter por eles máxima consideração, respeito, carinho além de auxiliá-los em toda causa que empreenderem.
          Aos diáconos da nossa igreja: parabéns pelo seu dia! Que o Deus de misericórdia derrame abundantemente suas bênçãos sobre suas vidas e suas famílias. Sejam sempre homens de fé. Cuidem de si mesmos, encham-se do Espírito e sejam plenos de sabedoria.
          Agradecemos a Deus pelas suas vidas.
          Obrigado!


Rev. Natanael F. de Moraes 

terça-feira, 26 de março de 2013

O NOSSO PRESENTE DE PÁSCOA


          Estamos nos aproximando de mais uma Páscoa. Por vezes somos levados a essa data, como qualquer outra, simplesmente pela condução do calendário. Ou seja, nem sempre paramos para pensar no significado em tais datas especiais nos trazem. Assim, é também a data da Páscoa.
            É um bom exercício refletirmos sobre esses acontecimentos. A páscoa cristã tem como pano de fundo a páscoa do Antigo Testamento como vemos em Êxodo capítulo 12. Essa cerimônia tinha um aspecto familiar, e consistia em consumir ervas amargas, pães asmos e o cordeiro assado inteiro (sem nenhum osso quebrado). Toda a vez que se celebrava a páscoa do Antigo Testamento, havia uma narrativa do porquê daquilo tudo: o povo de Deus foi escravo no Egito e Deus o libertou, livrando da escravidão e da morte, pois quem celebrou a páscoa, tomou do sangue do cordeiro e passou nas portas. Assim, quando chegou a praga, esta passou sobre as casas marcadas e os primogênitos ali foram poupados.
            A páscoa cristã começou com a páscoa do antigo Testamento. Afinal, todas as peculiaridades dessa celebração envolviam as ações e propósitos de Cristo. O cordeiro preparado representava Cristo. O sangue marcado nas portas representava o sangue de Cristo. É um sacrifício de morte que gerou vida, a nossa vida.
            A morte de Jesus na cruz e sua ressurreição é a nossa Páscoa. A morte de Jesus e sua ressurreição decretaram a morte da morte. Assim, nenhum mal nos sobrevirá, praga alguma chegará a nossa tenda. Desse modo não precisamos temer mesmo que andemos no vale da sombra da morte. Temos a garantia de que nada: nem coisas visíveis e invisíveis, nem coisas da profundidade ou das alturas, nem fome, nem escassez, nem perigo, nem ameaças podem nos separar do eterno e perfeito amor de Deus em Cristo Jesus. A morte morreu. Quando Jesus morreu e ressuscitou, ali foi decretada a sentença de morte da morte. Ali foi derrotado o inimigo. Ali jorrou a vida plena, a vida em abundância.
            Sendo assim, por que ainda viver sem esperança? Por que ainda viver com medo? Por que ainda buscar outros sentidos de vida fora de Cristo? Por que ainda ficar ansioso diante de alguma dificuldade?
            A obra redentora de Cristo nos traz a paz, a certeza do amor de Deus, a garantia da vida eterna, o refrigério da nossa alma e uma alegria sem fim. Esse é nosso presente de Páscoa: a vida com Jesus. Desfrute você também desse privilégio!

Rev. Natanael Flávio de Moraes

domingo, 20 de janeiro de 2013

Jejum: pequenas considerações


Tenho percebido que há dúvidas sobre o jejum. Sendo assim, postei aqui algumas considerações que devem esclarecer sobre esse assunto de grande importância:

  • o jejum é um exercício espiritual, uma oferta a Deus. Ou seja, nunca pode ser visto como sacrifício (sacrifício Jesus já fez). “Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus,”(Hebreus 10. 12);
  • o jejum é espontâneo. Desta forma, o jejum não pode ser imposto, cada um participa se quiser, espontaneamente e conscientemente;
  • o jejum não pode ser requisito para exercer algum cargo ou função;
  • o jejum também não pode ser anunciado. Ou seja, uma vez realizando o jejum eu não posso anunciar que estou fazendo. É como Jesus disse: "Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.  Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto,   com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará." (Mateus 6. 16 a 18);
  • o jejum não pode ser cobrado. Perguntas do tipo: "Vc está jejuando? Quanto tempo? Qual alimento que vc retirou? Por que vc não está jejuando?" ou afirmação tipo acusativa (farisaísmo): "Eu vi o jovem tal comprando Coca-cola!";
  • existem algumas pessoas que não podem jejuar, devido a patologias e/ou dietas específicas. Exemplo: diabéticos;
  • o jejum é importante para o exercício da piedade. É um momento de usar aquele tempo da alimentação com leitura da Palavra. É a oportunidade de abdicar da comida em detrimento de oração e vigilância.


            Que nos aproximemos cada vez mais de Jesus, autor e consumador da nossa fé.

Rev. Natanael

sábado, 19 de janeiro de 2013

Ócio, ópio e ódio: três males desnecessários

         Dizem por aí que algumas situações são “males necessários.” Isso acontece quando é preciso fazer algo que cause algum mal, por outro lado, também traz algum benefício em caso emergencial. Por exemplo: o uso de corticóides pode causa gastrite, úlceras, afina-mento da pele e outras consequências, contudo, dependendo da enfermidade, seu uso é essencial para o tratamento, ou seja, é um mal necessário. Não obstante, existem alguns males que são completamente desnecessários. Dentre eles podemos destacar: o ócio, o ópio e o ódio. Esses males corrompem a pessoa.
       O ócio é a condição de ser desocupado. O ócio é a capacidade que alguém tem de querer ser incapaz de qualquer coisa. Uma pessoa ociosa é alguém que não quer fazer nada e não vê necessidade de se fazer alguma coisa. Quem vive no ócio sempre explora o outro. Afinal, se ele não faz é porque alguém que está sobrecarregado anda fazendo pelo ocioso. O ócio corrompe o corpo tornando-o preguiçoso. Além disso, uma mente ociosa está sujeita a pensamentos vãos, tolos e inúteis. É como diz o ditado: “mente vazia, oficina do diabo.” O ópio é a referência ao vício.
     O ópio é uma droga oriunda da papoula produzida em larga escala principalmente em países asiáticos e do Oriente Médio. Pode ser usado como representação de drogas e químicos que causam dependência. Estar viciado é estar preso. Quem vive em qualquer vício, na verdade vive aprisionado fora de celas. Às vezes só se é produtivo quando lança mão de seu vício; outras vezes é forma para fugir do estresse ou problemas de sua rotina. O ócio corrompe o corpo e a mente. A prisão do ópio torna a pessoa incapaz de discernir e de progredir.
       O ódio é a ação contrária do amor. Enquanto o amor é: paciente, benigno, não ar-de em ciúmes, não se vangloria, não se ensoberbece, não conduz de forma inconveniente, não procura seus próprios interesses, não se irrita, não se ressente do mal, não se alegra com a injustiça, tudo sofre, tudo crê e tudo espera, o ódio: é impaciente, maligno, ciumento, vangloria-se, se ensoberbece, age inconvenientemente, é interesseiro, irritadiço, ressentido, se alegra com a injustiça, não crê e nada espera. O ódio corrompe a alma e o coração. Alguém movido pelo ódio mantém um desejo insaciável de vingança. Destrói vidas, projetos e sonhos. O ódio é o combustível para injustiça, corrupção, maledicência e guerras. Quem vive no ódio não percebe que está se destruindo ao mesmo tempo em que destrói ao seu redor.
       Esses três males são completamente desnecessários. Tanto o ócio, como o ópio e o ódio não trazem proveito para vida de qualquer que seja. Pelo contrário, o ser humano é completamente corrompido em todas as suas faculdades.
       A Bíblia nos traz a cura para tais males. A Palavra de Deus elimina esses males implantando as virtudes sadias na vida de homens e mulheres: a cura do ócio vem pelo trabalho – “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara seu pão, na sega, ajunta seu mantimento. Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantará do teu sono?” (Provérbios 6. 6-9).
     A cura do ópio vem pela sabedoria de aplicar seus recursos naquilo que é útil vinculado a uma vida com Deus: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares. Inclinai os vossos ouvidos e vinde a mim: ouvi e a vossa alma viverá;” (Isaías 55. 2 e 3).
     A cura para o ódio é o amor: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. (...) Se alguém disse: Amo a Deus, e odiar o seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.” ( 1 João 4. 7,8, 20 e 21).
      Ao invés do ócio, do ópio e do ódio, a-prendamos a implantar as virtudes essencialmente necessárias: trabalho, investir no que é útil e amor. E é também o apóstolo João que nos ensina por meio de quem obtemos o exemplo e a forma para viver com essas virtudes: “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.” (1 João 4. 9).

No amor de Cristo, rev Natanael Moraes.

 (Na foto acima, meu cunhado Jairo Costa mostrando o trabalho de secagem do café)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O QUE QUERES QUE EU TE FAÇA?



Até um tempo atrás, a história de Aladim e o gênio da lâmpada ainda era bem conhecida. Talvez não com todos os detalhes que a obra de origem árabe traz, mas principalmente por um detalhe: “Qual é o teu desejo?”; essa era a frase que o gênio da lâmpada dizia a Aladim toda a vez que este o solicitava, friccionando a lâmpada.
Muitos confundem o gênio da lâmpada com Jesus. O pensamento de que Cristo pode realizar todos os desejos de quem o solicitar é sempre um engano. Quando Bartimeu, o cego mendigo, está diante de Jesus, e tem a oportunidade dada pelo próprio Mestre para atender o seu clamor, a pergunta de Jesus não soa como “Qual é o teu desejo?”, mas sim “O que queres que eu te faça?”; ou seja, “Qual é a tua expectativa de como posso te ajudar?”
A pergunta de Jesus com a resposta de Bartimeu, “Que eu torne a ver!”, nos ensina alguns princípios para a nossa relação com o Mestre:
O primeiro princípio é que Jesus nos dá a oportunidade de apresentarmos as nossas necessidades diante dele. Não é difícil encontrar pessoas que queixam de suas dificuldades, sejam elas financeiras, enfermidades, de relacionamentos, pessoais e outras. É muito comum cada um queixar-se do tamanho de suas tragédias, da intensidade de sua dor, da situação de desespero e da sua inoperância em encontrar uma saída. No entanto, Jesus sempre dá a oportunidade de depositarmos nele a expectativa de alguma solução. Bartimeu insistiu, gritou, clamou e lhe foi concedida a oportunidade de apresentar sua necessidade.
Outro princípio é a confrontação de nossas necessidades. Na verdade, quando Jesus pergunta para Bartimeu o que ele quer do Mestre, o leque de opções era bem diverso. Afinal, há um bom tempo ele vivia da mendicância e, por isso, poderia ter respondido que queria ter dinheiro suficiente para atender pelo menos suas necessidades básicas. Poderia, quem sabe, pedir algum pedaço de chão para alguma cultura e, assim, ter o que comer e ter o que negociar. Poderia ter pedido qualquer coisa. Mas ele pediu o que realmente sentia ser necessário: a restauração de sua visão.
Um terceiro princípio dessa maravilhosa história é a visão do cego Bartimeu com relação a Jesus. Interessante, Bartimeu era cego mas sua visão de Jesus era mais nítida do que a maioria das pessoas que estava naquela multidão. Quando ele clama por auxílio, ele grita: “Filho de Davi, tem compaixão de mim!” Bartimeu já cria que Jesus era o Messias prometido desde os tempos antigos. Ele via com o seu coração que ele era o Cristo, o Filho de Deus. Sua expectativa de que Jesus poderia restaurar sua visão muito se embasa no que Isaías havia dito: “Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes, não temais. Eis o vosso Deus. A vingança vem, a retribuição de Deus; ele vem e vos salvará. Então, se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos;” (Isaías 35. 4 e 5). Bartimeu não somente pediu a Jesus para curá-lo porque tinha essa fama, mas porque ele cria que Jesus era o Filho de Davi, o Messias prometido.
De igual forma, Jesus também nos dá a mesma oportunidade: “O que queres que eu te faça?” E qual é a sua resposta? Lembre-se podemos até pedir o que quisermos e nos será feito (João 15. 7); mas há também um importante detalhe: as palavras estando em nós e, nós, permanecendo em Jesus. Tiago ainda nos informa que muitos pedidos não são atendidos porque a motivação é somente o esbanjar em prazeres, sem qualquer sentido de proveito no Reino de Deus.
Enxergue como Bartimeu já enxergava Jesus até mesmo antes da restauração de sua visão: Jesus é o Cristo, a fonte de toda nossa esperança. “O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus, a consolar todos os que choram e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto; veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo SENHOR para a sua glória. (Isaías 61. 1 – 3).

Rev. Natanael Flávio de Moraes

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

MISSÕES: NÃO ADIANTA SÓ SABER... TEM QUE PARTICIPAR!


Penso que todo líder de igreja que sabe da importância de se fazer missões passa por um contínuo desafio: conscientizar sua igreja de aderir à causa missionária. Sempre quando se fala nesse assunto percebe-se um desconforto de alguns, um menosprezo ou até mesmo desprezo de outros, uma ridicularização de uma parte e algum interesse de poucos. E ainda, a maioria acha que então é tempo de fazer uma campanha de alguns trocados e umas oraçõezinhas durante os trabalhos da igreja.
            Existem dois conceitos em missiologia que nos ajuda entender qual deve ser o nosso envolvimento em missões: Missão integral e Missio Dei. Suas definições podem ser encontradas de forma abrangente em várias literaturas do assunto. Mas gostaria de forma simples mostrar a importância deles.
            Missão integral – é a proposta de que todos os discípulos e discípulas de Jesus já estão incumbidos de uma missão. Dessa forma, o missionário ou missionária não é somente aquele que vai pra um determinado campo missionário, mas o campo missionário é onde estiver. Então, se você é um frentista, pedreiro, professor ou professora, arquiteto, dona de casa, aposentado, pensionista, médico, dentista, lavrador, fazendeiro, atendente de loja ou qualquer outra ocupação que exercer, você já possui  um vasto campo missionário: o local de trabalho. Ainda como esposa, marido, pais ou filhos: sua casa é a sua missão.
            Missio Dei – missão de Deus. Este termo já se refere ao entendimento a respeito da missão de Deus, ou seja, o cumprimento de seus propósitos. Deus não é alguém que criou todas as coisas e abandonou sua criação. Também não fica somente assistindo os seres humanos como mero expectador e, vez ou outra, dá uma ajudinha para eles. Os decretos de Deus são eternos. Isso mostra que Deus tem a sua missão. Nós somos súditos do Rei devemos ter a missão de Deus como a nossa missão. Assim entendemos que nossas atitudes devem contribuir para a expansão e sempre em prol do Reino de Deus. Somos agentes do Reino, fiel ao Rei. A missão de Deus é o estabelecimento do seu reino.
            Não entender e não se envolver com esses pontos revela exatamente a condição de muitos crentes: o interesse particular de cada um em suas próprias coisas e dão pouca importância àquilo que é do Reino. Por isso quando uma campanha de oração ou arrecadação de ofertas, não somente para missões, mas para qualquer outro departamento da Igreja, nota-se uma “preguiça” em participar dessas ações. É porque não há nessas pessoas uma consciência de que são cidadãos e agentes do Reino de Deus.
            Por outro lado, quem já tem essa mentalidade de que já é um missionário na integridade de sua vida e de que a missão de Deus é a sua missão, é uma pessoa mais dinâmica, feliz, realizada e com um senso de satisfação de que contribui para uma grande obra. Sabe que não precisa deixar nada. Basta fazer de sua profissão, de sua casa, de seu núcleo social, de sua própria existência a plataforma para cumprimento dos propósitos e glorificação do Senhor Jesus.
            Pense nisso. Peça ao Senhor para que forje seu coração e sua mente para entender que você é alguém que já faz parte do Reino do Senhor. E seja alguém como agente do Reino.

Rev. Natanael Flávio de Moraes

sábado, 18 de agosto de 2012

SEU QUARTEIRÃO, SUA MISSÃO




Em uma determinada Igreja que trabalhamos há algum tempo atrás, tivemos a iniciativa de desenvolver um desafio bem interessante: “Jesus para o quarteirão!” Nada mais era do que um incentivo para que todos os crentes daquela igreja tivessem o entusiasmo de fazer uma visita aos seus vizinhos do quarteirão, deixar uma palavra de ânimo das Escrituras e convidar para um culto em uma data específica.
Essa igreja tinha, na maioria de seus membros, muitos idosos dos quais uma grande parte já fazia era da Igreja há um bom tempo. Foi muito bom ver a reação positiva daqueles irmãos e irmãs. Muitos atenderam ao desafio e proclamaram Jesus para o seu quarteirão. O mais interessante também foi ouvir de vários irmãos e irmãs que nunca tinham percebido que podiam fazer missões em seus quarteirões.
Quando Jesus disse em Marcos 16: 15: “ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura”, é preciso entender que a palavrinha “ide” indica “indo”. Ou seja, à medida que você for, você vai pregando o Evangelho. A partir daí temos uma boa indicação missionária. Onde o discípulo de Jesus estiver, as pessoas ao redor terão a oportunidade de ouvir e ver o evangelho da salvação.
A missão de pregar o Evangelho não pode ser uma exclusividade de alguns. Mas todos os crentes devem ter como exclusividade o viver e testemunhar o Evangelho. Não é preciso fazer um deslocamento longínquo para que se realize uma missão. A missão está a partir do local onde você se encontra.
Que tal começar hoje a fazer missões? Você não precisa realizar nada formal para isso. Basta ter um coração disposto a viver em Jesus, conscientizar de seu chamado para realizar sua função de agente do reino de Deus e estar sensível à direção do Espírito.
Sua missão começa a partir de seu coração. Trabalhe internamente em você pedindo ao Senhor para que te envolva nos projetos de dele. Depois disso, veja que sua casa já é o seu primeiro campo missionário. Seu cônjuge, seus filhos, seus pais e toda sua família são as vidas que Deus te deu para falar e testemunhar de Jesus. E, depois, coloque o quarteirão como objeto de seu amor e do alcance do Evangelho. Depois disso você vai ver que já estará completamente envolvido com a missão do Reino. A alegria tomará conta de seu coração por compreender o seu papel no ministério de Cristo. Lembre-se: seu quarteirão, sua missão.

Rev. Natanael Flávio de Moraes